segunda-feira, 18 de maio de 2009

E por falar em Jazz...

as vezes bate uma idéia de que, realmente, o tempo está passando pra mim...
eu comecei a escutar jazz meio que pra dar o contra, sabe?
• eu tinha uma banda que tocava rock.
• meus amigos só ouviam rock.
• os ambientes que eu frequentava só tocava rock.
• eu só ouvia rock.

Meu amigo Minhu foi quem começou a aparecer com algumas coisas diferentes... de MPBV (o V é de velha mesmo!), Chico, Caê, Giló, Zé Geraldo, Jorge Ben (benjor não existia) e um disco estranho que, no começo, escutávamos nas noites de sábado quando a familia dele saia, então roubávamos umas doses das garrafas de seu pai: "25 anos de Mambo"... a primeira vez que eu vi esse disco fiquei louco... eu nunca tinha colocado as mãos em um disco de mambo, jamais! A idéia de escutar aquilo me parecia tão engraçada que antes mesmo de encostar a agulha no LP nós já fazíamos o: UUUUHHHH! em coro para imitar os gritos característicos desse ritmo. 
Mal sabíamos que esse seria um dos três discos que mais ouviria em minha vida.

De Tinha que ser ele... o Villa!!!


Daí, certa vez fiz um show só com músicas dos anos 60... (um dia eu falo mais sobre esse show, porque essa história rende....).
Foi em um sábado... sucesso e tals... foi muito bom mesmo. Porém, no dia seguinte, quando fomos buscar o equipamento, atrás do amplificador do Mindhu, misteriosamente apareceu  um Vinil do Verdi. É, isso mesmo... música clássica!!! Hoje eu penso que pode ter sido um toque, sabe... do tipo deixa eu esquecer esse disco aqui pra evr se eles aprendem a tocar alguma coisa boa... (!?) Só sei que devoramos o  disco... ouvi cada trecho como um louco por semanas... 

Então ficou assim: do roque eu comecei a ouvir Mambo e bolero, daí clássicos... até que o Edu (meu amigo, músico e compadre mútuo) aparece com o CD que me seria definitivo: Horace Silver - Greatest Hits 2 (nunca consegui encontrar o No. 1... caso vc saiba a respeito deixe seu comentário)!!!! Definitivamente o Blue Note é uma maneira incrível de adentrar o Jazz... principalmente se vc já tem uma inclinação latina, saca? Pois eu roubei esse disco do Edu já copiei para umas 20 pessoas e, não consigo passar um mês sem que eu coloque ele pra rodar...

De Tinha que ser ele... o Villa!!!


Desse ponto pra frente comecei a frequentar o Sanja, Jazz and Blues (que depois virou o Whisky and Jazz, conheci toda aquela turba: Carmelo, Albino, Faísca, Sandrinho, Pixinga, Polako, Carlinhos... 

E o tempo foi passando... eu parei de frequentar esses bares, alguns já fecharam e tudo mais... paciência...

Fato é que hoje eu coloquei pra tocar Stangetz aqui na gráfica... começa com "Autumn Leaves" e de repente, ao ouvir aquele sax rouco não pude deixar de lembrar do Victor e toda aquela atmosfera do sanja...

Tudo isso pra falar que hoje lembrei de algo que fazia há pelo menos 15 anos... e que a memória é fresca, mas pensar que tanto tempo assim já passou dói um pouco, sabe...


Ah! e vc quer saber qual é o terceiro CD fundamental da minha vida...
O 1º do Porno for Pyros...

De Tinha que ser ele... o Villa!!!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

PÓS-ULTRA-FREE-JAZZ

Meu irmão, ontem aconteceu algo realmente diferente.

A Hard Road voltou a ensaiar... é minha banda... vc não sabia? Pois é, fazemos uns "classicão" do rock... bem bacana...
Então... terça-feira, noite de ensaio. Ontem tinha mesmo que ser mais engraçado porque estávamos há 1 mês sem tocar...
O Magrello me pegou em casa, fomos para a padaria da praça... tomamos umas cervejas (e um conhaque) com o Paulinho e rumamos para o estúdio... adivinhe? chegamos e começamos a tomar outras cervejas... lá pelas 22:15 estávamos prontos para ensaiar. Sem compromisso, só tirando as teias... fizemos umas 5 músicas e toda aquela cerveja já estava me pesando na bexiga, sem contar a vontade de tomar mais uma latinha... pedi uma pausa e todos gostaram da idéia, só que um dos primeiros a sair da sala foi o Serginho, nosso baterista, seguido do Marcello... Cara, olhei pro Paulinho, pro Mindhu e saí correndo para a bateria...

Paulo: "mas o que que a gente vai tocar"?
Eu: sei lá... alguma coisa pesada... tipo um Jéiz
O Mindhu já sabe, de outros carnavais, que eu posso não saaber tocar bateria direito, mas se é pra fazer farofa no meio do ensaio... é comigo mesmo... então ele só ficou rindo e esperando o que ia acontecer...

Velho, se eu te conto vc não acredita:

Foi tão bom... mas tão bom... que nessas horas fico puto de não andar com um gravador qualquer... digital, walkman, tijolinho... qualquer coisa... mas precisava...

Foi 1 música, de uns 7 ou 8 minutos... com mais de uma dezena de nuances, com várias paradinhas que... se vc não for músico vai passar a vida duvidando de que foi um improviso...

Até o Marcello voltou e pegou minha guitarra pra dar mais "cor" na farofa!!!!

Em certo momento me enrolei num rolinho de bateria e acertei a mão no surdo... cortou a mão... começou a espirrar sangue... sujou toda minha bermuda... e eu não tava nem aí...

O Mindhu não costuma olhar muito para os lados quando toca, sabe... ele realmente entra na coisa e curte tudo o que pode... mas de vez em quando ele da umas espiadas...
daí ele me viu com a mão sangrando e começou a rir... o Paulo então...

O Magrello pra variar fez aquela cara de repreensão... mas eu sei que ele tava gostando...

... e outra parada... ...volta...

era impressionante... o Mindhu não passou batido de nenhuma parada... impressionante...
e o sangue espirrando... e eu me acabando...

bom... tivemos que parar... o limite foi minha bexiga mesmo...

quando paramos o Paulinho disse: Nossa, esse foi o Free Jazz mais free que já vi...

...né, essas são as pequenas coisas que mudam nosso humor!